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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pierre: o homem bicentenário do Verdão

Pierre chegou ao Palmeiras sob desconfiança, mas logo conquistou a nação alviverde

Ele chegou sob desconfiança de grande parte da torcida no início de 2007. Eu mesmo, confesso, não tive uma primeira boa impressão desse jogador. Mas com um estilo brigador, raçudo, ele logo conquistou a torcida e hoje está prestes a completar 200 jogos com o manto alviverde. Certamente estou falando Lucas Pierre Santos Oliveira, ou simplesmente Pierre, volante e simbolo de garra e determinação, não apenas nas quatro linhas como fora delas.

Pierre foi contratado junto ao Paraná Clube no fim de 2006, vindo em um pacotão, indicado pelo técnico do Palmeiras na época, Caio Jr. Além do volante, vieram os zagueiros Edmilson e Gustavo e o atacante Cristiano. O Palmeiras vinha de uma campanha rídicula no Brasileiro de 2006, onde viveu novamente sob o pavor de ser rebaixado. No fim, o Verdão escapou. E com a fuga, veio também a necessidade de rejuvenecser a equipe. Por isso a diretoria meio que desmontou o tricolor do Paraná, que tinha se classificado para a Libertadores.

No principio, Pierre começou a atuar como uma espécie de terceiro zagueiro no time, mesmo sendo um jogador baixo. Era uma espécie de 'homem da sobra'. E jogando fora de posição, o jogador não rendeu o que era esperado. Pierre parecia afobado e fazia muitas faltas, o que gerou a minha desconfiança sobre seu futebol.

Porém, o camisa 5 voltou a sua posição normal, ou seja, primeiro volante. Menos afoito, Pierre começou a ganhar a confiança dos companheiros e da torcida. E também começou a mostrar uma caracteristica cada vez mais rara em jogadores de marcação: um excelente tempo de bola. Com 'botes' de precisão cirurgica e muitas roubadas de bola, Pierre passou a ser considerado um dos melhores volantes do Brasil, sendo até cogitada a convocação de nosso guerreiro (foi apelidado assim por sua determinação e garra dentro de campo) para a seleção brasileira.

Antes das lesões, o Guerreiro foi considerado um dos melhores volantes do Brasil
Como não poderia deixar de ser, após todos esses predicados, Pierre caiu de vez nos braços da nação alviverde, sendo fundamental nas principais campanhas do time, como no título do Paulistão de 2008. Mas ao mesmo tempo em que atingia o auge, o jogador passou por um momento muito difícil em sua vida pessoal. A esposa de Pierre deu a luz, de forma prematura, aos gêmeos que o casal esperava. Porém, um dos fihos do atleta acabou falecendo, fato que o abalou muito. No entanto, mostrando a garra de sempre, o camisa 5 superou o momento difícil e voltou bem aos gramados, para desempenhar sua função com maestria.

E se as coisas no campo pessoal eram dificeis, pelo menos ele tinha o alento de estar muito bem profissionalmente. Tendo um papel tão importante em um time grande, logo seu futebol despertou a cobiça de times europeus.  Contudo, o volante preferiu ficar no Verdão, recebendo um aumento salarial e tendo seus direitos adquiridos pelo Palmeiras em 2009. Valorizado e considerado um idolo para muitos torcedores, Pierre atingia o ápice e se aproximava de conquistar o Brasileirão daquele ano.

Entretanto, uma lesão afastou o guerreiro dos gramados. E o Palmeiras sucumbiu aos seus problemas, deixando o título de 2009 escapar. Há relação entre os fatos? Talvez. Com Pierre em campo, poderiamos ter sido campeões, como poderiamos ter perdido o título. A não presença de nosso melhor volante na época atrapalhou a caminhada, realmente, mas não acho que tenha sido apenas isso, ou as contusões de Mauricio Ramos e Cleiton Xavier. Outras coisas contribuiram.

Passado o vexame de 2009, o ano de 2010 não foi dos melhores para o volante. Com uma lesão na planta do pé e jogando no sacrificio, Pierre pouco rendeu e mal foi aproveitado. Ele tentou de tudo para se curar, mas teve de passar por uma cirurgia no início desse ano para solucionar o problema. E assim, ele acabou perdendo espaço para Marcio Araujo e Marcos Assunção, que diga-se de passagem, estão jogando muito e não merecem sair do time.

Apesar das propostas, Pierre não deixou o Palmeiras. Já são quase cinco anos de clube
Hoje, o jeito é ficar no banco de reservas, esperando por uma oportunidade. Mas não pensem que ele está acomodado com isso. Como um autentico Guerreiro, ele quer recuperar seu espaço e está trabalhando para isso. E por essa e outras razões é que Pierre merece todo o respeito e carinho do torcedor alviverde, pois nunca deixou de honrar nossa pesada camisa, a qual ele usa com tanta naturalidade. 

Não o tenho como ídolo, mas admiro e respeito esse baiano de Itororó, por toda a história que ele tem no Palmeiras. A marca de 200 jogos com apenas uma camisa hoje em dia é muito expressiva, ainda mais com a falta de identificação de jogadores com seus clubes. Pierre é um caso a parte, um símbolo, uma referência em nosso atual elenco. Espero que ele se recupere e volte a jogar quando surgir a oportunidade. E que ele faça mais 200 jogos com a camisa do Verdão, pois jogadores como ele, não se encontram em qualquer esquina.

Obrigado Pierre, força Guerreiro!

Fotos: Maglia Verde, Mondo Palmeiras e Blog do Verdão

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