Páginas

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Análise do sofá - Palmeiras 3 x 0 Santos

Vitória de ontem sobre o Santos foi bastante convicente e amenizará o clima
Uma vitória sempre traz um clima de calmaria para qualquer equipe. Uma vitória em clássico, traz ainda mais calmaria, além de aumentar a confiança do time. E se essa vitória vem de maneira fácil, convincente, faz com que todos os problemas e dificuldades sejam jogados de lado. Isso é o que deve acontecer nessa semana com o Palmeiras, que vive mais uma fase turbulenta.

Ontem, a vitória por 3x0 sobre o Santos, no primeiro clássico do Verdão neste Brasileiro, veio para amenizar o clima que não anda lá muito bom pelos lados do Palestra Itália, tanto pelo mau resultado de quinta-feira, frente ao América MG, quanto pela nova "Novela Kléber", fato que comentarei amanhã.

O placar, até que elástico em se considerando um clássico, apesar de que jogos entre Palmeiras e Santos sempre tenham muitos gols, foi construído ainda nos 45 minutos iniciais e mostra que o Verdão não teve muitas dificuldades para bater o Peixe. Porém, até que o placar fosse aberto, o jogo estava bem equilibrado.

Pelo lado alviverde, as principais jogadas saiam pelos lados do campo, com os laterais Gabriel Silva e Cicinho, e com o atacantes Luan e Maikon Leite. No entanto, o Palmeiras segue com a mesma mania de afunilar as jogadas pelo meio, o que facilita a ação dos defensores adversários. Poucas vezes vejo os jogadores fazerem jogadas de linha de fundo, com cruzamentos para quem vem de trás. E não adianta sequer dar a desculpa de que não há um centro avante. Sem Kléber, Wellington Paulista e, ontem, Dinei, estão jogando e têm até que uma certa presença de área.

Pelo lado alvinegro, pouca criatividade no meio e apenas tentativas de jogadas pelo lado esquerdo do campo, com Léo e Diogo. Faltou criatividade ao Santos e os jogadores que deveriam aparecer mais para o jogo, não o fizeram. Isso facilitou para o Palmeiras.

Além da falta de vontade santista, o Palmeiras mostrou mais personalidade e iniciativa durante o jogo. Gabriel Silva esteve muito bem, Marcio Araujo e Marcos Assunção deram segurança ao time, Cicinho apoiou e defendeu com qualidade, Luan e Maikon Leite se movimentaram bastante, Mauricio Ramos e Leandro Amaro fizeram uma boa partida e até Dinei jogou direitinho. Apenas Patrik, me pareceu um pouco perdido, mas não destoou do restante.

E os gols apareceram de forma natural. O primeiro veio de uma bela triangulação pelo lado esquerdo. Gabriel Silva tocou para Luan e passou, levando a marcação de um jogador. O camisa 21 também atraiu a marcação dos santistas, mas deu um belo passe, com muita visão de jogo para Maikon Leite invadir a área, driblar Rafael e marcar em seu ex-time. Um belo gol. O segundo tento veio de bola parada (sempre ela). Marcos Assunção (sempre ele) cobrou escanteio e Mauricio Ramos se antecipou a Rafael para marcar. Já o terceiro gol saiu de um rápido contra ataque puxado para Luan, que atravessou uma bola para Patrik. O meia tocou mal para Marcio Araujo que ainda lutou pela pelota. Ela bateu e rebateu, sobrando para Patrik, que acertou um belissimo chute, dando números finais ao jogo.



Na segunda etapa, o Palmeiras tirou o pé, enquanto o Santos tentou ir para o ataque, mas sem muita efetividade. Está aí uma coisa que me incomoda. Por que não continuar atacando, pressionando o adversário. Tenho certeza de que se o Palmeiras tivesse ido pra cima, teria feito mais gols. Faltou ambição. O resultado deixou os jogadores acomodados. Hoje se fala muito em respeitar o adversário, que golear é desrespeito. Papo furado. Se há uma oportunidade de marcar mais gols, aproveitem. Quem merece respeito é o torcedor que vai ao estádio, paga ingresso e quer ver seu time marcar quantos gols forem possíveis.

Ainda sobre o segundo tempo, Tinga e João Vitor entraram nos lugares de Maikon Leite e Cicinho. E no final, Pierre entrou também. Um prêmio ao nosso guerreiro.

O que acho: O Palmeiras, aos poucos, vai evoluindo. Como disse no meio de semana, o time sente muitas dificuldades quendo enfrenta equipes que jogam fechadas. Não consegue criar muitas chances. Até tem jogadores com capacidade suficiente para isso, mas eles não rendem. Contudo, contra times que resolvem jogar e se expôr mais, o Palmeiras tem mais facilidade. Foi isso o que aconteceu ontem. O que ainda me incomoda é o fato dos jogadores prenderem muito a bola, tentando resolver na individualidade. Notem que o primeiro gol, por exemplo, surgiu de uma jogada com toques rápidos e ultrapassagens, que confundiram os marcadores. Por ter jogadores abertos, que atraem os marcadores, o Palmeiras poderia usar mais esses passes de primeira para criar mais chances.

Destaque positivo: Fiquei em dúvida entre alguns jogadores. Mas pelo que vinha jogando, acho que o melhor em campo ontem foi o Gabriel Silva. Nosso promissor lateral esquerdo não vinha bem, mas mostrou ontem que pode ser aquele jogador que todos esperam. Atacou bem, criando chances, e defendeu bem também. Uma das melhrores partidas que o vi fazer com a camisa alviverde. Uma pena que ele vai desfalcar o time, indo para o Mundial sub 20, agora que poderia engrenar de vez...

Destaque negativo: Para o meu sofrimento tendo que acompanhar o jogo com os comentários do Muller no PFC. Muito ruim. Foi um baita jogador, mas comenta muito mal. Experiência nada agradável...

Foto: Agência Estado

Nenhum comentário: