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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Analise do Sofá - E o futebol ó...

Futebol apresentado nesse domingo foi pequenino, como o salário do Professor Raimundo
E o futebol ó... é assim, parodiando (com uma pequena adaptação, é claro) a frase do personagem Professor Raimundo, do grande Chico Anysio (um ilustre palmeirense, para quem não sabe), a melhor forma de descrever o futebol (ou quase isso) que foi apresentado pelo Palmeiras ontem, em Catanduva, contra o time da casa. Pouca criatividade, vocação ofensiva quase nula e muitas trapalhadas na defesa deram a tônica do que foi a partida para os palmeirenses: um terror de se acompanhar.

Sim, estava calor em Catanduva. Sim, jogamos desfalcados de nosso principal jogador, Valdívia, que sentiu dores no tornozelo. Sim, ainda temos reforços para estrearem. Sim, fomos prejudicados pela arbitragem, que não viu um pênalti claro em Ricardo Bueno, quando o jogo ainda estava 0x0. Sim, esse é apenas o terceiro jogo oficial do time em 2012. Mas não há desculpas para empatar com um time que acabou de subir da série A2 e que deverá brigar pra não voltar pra lá, com todo respeito ao Catanduvense.

O Palmeiras não soube se impôr no jogo de ontem. O Palmeiras não tem conseguido se impôr há muito tempo contra adversários menores. E é por isso que muitas vezes encontra tantas dificuldades com essas equipes nos últimos tempos, empatando e até perdendo jogos que deveriam ser fáceis, na teoria. E isso irrita a torcida.

Neste domingo, novamente vários problemas ficaram evidenciados em mais uma fraca atuação. Com pouquíssima criatividade no meio campo, comandado apenas por Daniel Carvalho, que segue fora de forma, o Verdão tentou apostar nas jogadas de velocidade, com Maikon Leite, que jogou no lugar de Tinga (ufa!) e Cicinho, pela direita, e Luan e Juninho, pela esquerda. No início, até estava dando certo, com algumas chances sendo criadas. A vitória parecia questão de tempo. Mas o time foi tirando o pé, diminuindo o ritmo e o Catanduvense passou a se assanhar, começou a 'gostar do jogo' e levou certo perigo.
Time não teve inspiração suficiente para bater o fraco Catanduvense
Abro um pequeno parenteses para comentar o pênalti sofrido por Ricardo Bueno e não marcado pela arbitragem. Realmente, a infração aconteceu. O nosso camisa 9 (fazer o quê?) foi deslocado pelas costas quando partia para dominar uma bola que vinha pelo alto. Falta clara ignorada pelo juiz, que não foi mal no jogo. Um erro como esse tem influência no resultado final.

Voltando ao jogo, no segundo tempo, Murtosa, que fez sua última partida como técnico (Felipão volta no meio de semana) pediu para que o time valorizasse a posse de bola. Sem muito sucesso. Então ele resolveu tirar Luan e colocar Pedro Carmona, para que esse ajudasse Daniel Carvalho na armação. Não deu em nada. Carmona, de contrato novo e pedindo mais chances, nada acrescentou. Entrou e ficou perdido. Depois foi a vez de Daniel Carvalho sair para a entrada de Patrik, que deu uma nova movimentação à equipe. Pelo menos, o garoto não se omitiu. À essa altura, o Palmeiras já parecia acomodado em não criar nada além da bola parada, com Marcos Assunção já tendo cobrado uma falta na trave. E aí, saiu o gol da Catanduvense.

Abro aqui outro parenteses para comentar o lance que originou o gol do time interiorano e um pouco sobre a defesa. O pênalti cometido por Leandro Amaro foi uma das coisas mais ridículas que já. Até na várzea é difícil ver lance tão grotesco. Um jogador profissional não pode ser irresponsável a ponto de tentar ludibriar a arbitragem da maneira que ele fez, ainda mais em um lance dentro da área. Matar a bola no braço, tentando fazer com que pareça que a ajeitada foi no peito é bizarro. Erro infantil, bobo. Sobre a zaga, ficou claro mais uma vez algo que já venho dizendo aqui. Nossos laterais marcam mal, nossos volantes idem, o que acaba expondo nossos defensores de maneira imprópria. Contudo, Leandro Amaro e Henrique não têm passado segurança alguma nessas últimas duas partidas e errando em lances toscos. Por mais que eles estejam tendo trabalho, têm falhado constantemente. E uma hora ou outra, isso acaba sendo fatal.

De volta ao jogo novamente, após o gol o Palmeiras foi pro desespero, com a entrada de Fernandão no lugar de Maikon Leite. A ideia, óbvio, era jogar bola na área para tentar 'achar' um gol com os dois homens de área. Aí o Palmeiras começou a esboçar aquilo que deveria ter feito o jogo todo: pressionar o Catanduvense. Assunção arriscou chutes de longe, os laterais tentavam cruzar bolas na área, o time tentava se organizar, diante de suas limitações. Até que, em um escanteio Assunção cruzou (como de costume) e Fernandão marcou. Jogo empatado, o time tinha de ir em busca da virada. E teve duas chances para isso, primeiro em um bom chute de Patrik, defendido pelo goleiro. No escanteio, Ricardo Bueno, na pequena área, perdeu o gol. E o jogo terminou.

Mais uma vez o Palmeiras mostrou vários problemas em um jogo relativamente fácil, principalmente de ordem ofensiva. O time tem de encontrar uma forma de se organizar melhor em campo e de aproveitar as finalizações. A pontaria continua péssima. A organização defensiva também precisa de aprimoramento, para evitar esses erros grosseiros que andam acontecendo. Ainda é início de temporada, mas não se pode tropeçar em adversários fracos, por mais que falte entrosamento, ritmo ou qualquer outra coisa.

Continuo com a mesma opinião de que o time tem potencial para evoluir ao longo do ano, com a estreia dos reforços e com a chegada de mais alguns nomes. Fica nítido como a água de Catanduva que precisamos de elenco, de opções que saiam do banco e possam acrescentar algo ao time. Não adianta trocar seis por meia dúzia. Entretanto, é necessária também uma mudança de postura, uma atitude mais vencedora, ou continuaremos morrendo na praia, vendo nossos adversários obtendo sucesso. 

O Palmeiras tem de ser Palmeiras, cazzo!

Fotos: Google Images e Portal Terra

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