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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vaquinha é o cazzo!

E quando achamos que já vimos de tudo no Palmeiras, surge alguém para nos surpreender. No domingo, antes do clássico contra o São Paulo, a diretoria lançou uma campanha para que os torcedores colaborem com dinheiro para que o time possa trazer o meia Wesley, utilizando um sistema chamado crowdfunding, que consiste em um financiamento coletivo realizado pela internet. A ideia é arrecadar os R$ 21.377.300,00 necessários para a compra total do jogador, com impostos inclusos. Uma das ideias mais bizarras que vi nos últimos tempos.

Sou totalmente contra uma campanha como essa. Acredito que um clube com o Palmeiras, que tem mais de 15 milhões de torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo, e que possui uma marca muito forte, não pode se sujeitar a esse tipo de situação. É muito fácil jogar para a torcida a responsabilidade de se criar recursos para a contratação de jogadores, utilizando ainda o argumento tacanho de que se a torcida quer um time forte ela tem de ajudar, como alguns vêm dizendo.

Ora, comprar produtos oficiais do time não é ajudar? Ir à jogos, pagando ingressos caros não é contribuir? Pagar todo mês para acompanhar os jogos do time pelo pay per view não é fazer sua parte? Eu acho que tudo isso é mais do que o suficiente para o torcedor.

Claro, sei que não são todos que podem comprar um produto oficial,  ir aos jogos ou assinar o pay per view, devido aos custos. Estimo que não chega a 5% o número de torcedores que fazem tudo isso pelo time, o que não gera um número tão expressivo. Mas seria apenas os torcedores inclusos nesses 5% que teriam como ajudar nessa campanha. Então, o que leva a crer que o dinheiro todo seria arrecadado? Não há como uma campanha nesse estilo dar resultado. Sem contar que doar esse dinheiro não vai trazer retorno algum aos torcedores. Acho isso tudo extremamente equivocado.

O que o Palmeiras precisa é de administradores mais profissionais, pessoas que saibam ver e criar oportunidades. Elaborar um programa de sócio torcedor decente seria uma boa saída para trazer recursos ao time. É bom para o torcedor, que teria vantagens em compra de ingressos, promoções e coisas do tipo, e para o clube, que passaria a obter uma renda mensal com tal projeto. Criar ações de marketing para expandir a marca do clube também é importante. Levar lojas e o nome do Palmeiras para várias cidades do país é um passo.

Conto um caso aqui. Moro em Mauá, cidade da região metropolitana de São Paulo. E a cidade, como várias outras médias na região, possui seu shopping center. Shopping esse que conta com uma loja do Corinthians e uma do São Paulo. Por que então não montar uma loja oficial do Palmeiras? Não seria muito mais atrativo para os torcedores do time na cidade, na região, ter uma opção como essas ao invés de lojas onde o Verdão divide espaço com rivais? Claro que seria. Os torcedores do Palmeiras não merecem ter uma opção como os rivais? Claro que merecem. Não só aqui, como em outras cidades, outros estados.

Voltando ao assunto vaquinha, como disse meu parceiro de blog Glauco Lopes, não condeno que participa da campanha. Quem acha legal e pode ajudar, que ajude. Só que eu não contribuo. Acho perigoso demais. Já pensou se tivessem feito a mesma campanha para trazer o Judas 30 e ela tivesse funcionado? Como ficariam os torcedores depois de uma saída tão conturbada quanto a dele? Sinto, mas eu não faria esse esforço por jogador nenhum, nem por aqueles que admiro e que tem identificação com o clube.

Enfim, acho que esse crowdfunding é um erro. Sem contar que pagar mais de R$ 21 milhões pelo Wesley é um tremendo exagero. Pra finalizar, acho que o Palmeiras já tem o dinheiro para pagá-lo, de forma que duvido que essa campanha arrecade todo o montante. Até o momento do fim deste post, nem 1% do valor havia sido arrecadado. O que estão tentando fazer é diminuir o prejuízo. E se isso se confirmar, a situação fica pior ainda, pois o torcedor estaria sendo enganado. Mas é puro achismo. Esperemos.

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