Páginas

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

E o torcedor, como fica?

Na última semana o Palmeiras enfrentou o Santos em Prudente. Dia 26 é a vez do São Paulo
O Palmeiras enfrentará o São Paulo, no próximo dia 26 de fevereiro. Mas é bom que o torcedor da capital, da Grande São Paulo e até do litoral, não se anime para ver esse jogo in loco, pois ele não acontecerá por aqui. Já está definido: o primeiro Choque-Rei de 2012 acontecerá na longínqua e quente Presidente Prudente.

Antes de discorrer sobre o tema, quero deixar claro que nada tenho contra a cidade de Presidente Prudente e que este não é um post bairrista, em favor dos torcedores da capital em detrimento dos torcedores do interior. Não quero entrar no mérito de merecimento ou não desse ou daquele torcedor em ver determinadas partidas. Particularmente, gosto de ver o Palmeiras mandando alguns jogos no interior. Nossa torcida é muito grande por lá e eles também têm o direito de ver jogos in loco, inclusive clássicos. Dito isto, vamos aos fatos.

Por que jogar contra o São Paulo em Prudente? Está aí uma boa pergunta. E que não tem uma resposta plausível ao meu ver. Não há nada que impeça a partida de ser realizada na capital. O Pacaembu, palco do último embate entre os times, estará disponível, pois o Corinthians joga no sábado. E além disso, há a Arena Barueri, que pode comportar tal peleja. Ou seja, estádios não faltam e segurança também não. Sempre são montados esquemas especiais para jogos desse porte, sem contar que confusões podem acontecer aqui ou em qualquer lugar.

Comissão técnica e jogadores, também devem preferir atuar por aqui. Ir para Prudente é desgastante. A cidade fica mais distante da capital do que o Rio de Janeiro, por exemplo, o que torna a viagem longa e cansativa. Sem contar o calor absurdo daquela região. Não é fácil viajar tanto e ter de atuar debaixo de um sol escaldante às 16h. Sempre há reclamações.

Por isso, não vejo motivos para jogar tantos clássicos no interior. Por mais que a torcida de lá compareça e que o retrospecto nos seja divinamente favorável quando atuamos em Presidente Prudente, não se pode ficar levando os clássicos sempre pra lá. No último domingo jogamos contra o Santos na mesma Prudente. Um clássico que poderia ter sido muito bem jogado no Pacaembu ou em Barueri. Está certo que o mando era dos santistas e eles fazem o que quiserem com ele. Mas agora que temos a oportunidade de escolhermos o local do próximo clássico, voltamos para Prudente? Não me parece justo. 

Em menos de um mês a cidade sediará dois clássicos em que o Palmeiras estará envolvido. Sem contar nos jogos dos últimos anos, contra o Corinthians. E o pior é que ninguém explica qual critério é utilizado para se tomar essas decisões. Aliás, nem é preciso. A imagem que essas decisões passam é que tudo isso é picuinha, jogo político, o que é revoltante.

E quem acaba pagando o pato por isso é o torcedor da capital que tem de roer o osso contra Mogis e XVs da vida e acaba ficando sem poder desfrutar do filé-mignon. Todos sabemos que o grande atrativo do fraco Campeonato Paulista são os clássicos, jogos onde a rivalidade entre torcida e jogadores se afloram. As outras partidas do campeonato são meros engôdos. 

Repito: nada tenho contra as cidades do interior e sou favorável que o Palmeiras faça 'tours' por algumas delas, com jogos menos importantes e um ou outro clássico por ano. Mas acho que os clássicos, em sua maioria, têm de ser disputados por aqui. Infelizmente, não é isso o que está acontecendo.

Horários ridículos

Outra coisa que incomoda são os horários dos jogos de meio de semana. Jogos em plena quarta-feira às 22h são inaceitáveis. Sabemos que tal discussão não é nova e que dificilmente veremos uma solução cabível para o problema em curto prazo, pois há o desejo de muita gente poderosa por trás disso.

Mas é ridículo que jogos sejam marcados nesse horário, para agradar a alguns poucos, sem se pensar no bem estar do torcedor. Quem vai a jogos nesse horário e depende do transporte público sofre para conseguir voltar para casa, pois o funcionamento de ônibus, metro e trens termina justamente quando o jogo também acaba.

Por isso temos visto médias de público miseráveis em jogos de semana. O torcedor também trabalha, também tem de ter seu momento de descanso e merece ser respeitado. Pena que quem comanda o futebol brasileiro não pensa nisso.

Foto: Portal Terra

Nenhum comentário: