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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Análise do Sofá - Havia um juiz no meio do caminho...

Mesmo com um a menos, Palmeiras conseguiu chegar a um empate com o Avai
Evandro Rogério Roman. Este é o nome do árbitro que apitou a partida de ontem, entre Avai e Palmeiras, em Santa Catarina. E é dele boa parte da responsabilidade por mais um empate alviverde.

Já deixei claro em outras oportunidades que não sou de ficar reclamando ou falando da arbitragem. Infelizmente, o nível de nossos árbitros já não beira o ridículo. Extrapolou esse limite. Seriam cômicos se não fossem trágicos os absurdos que vemos rodada a rodada. E ontem, mais uma vez, um deles prejudicou o Palmeiras.

Escalado para apitar a partida, Marcio Chagas da Silva foi reprovado no exame físico realizado logo após o sorteio. Com isso, outro árbitro foi escolhido para participar do sorteio, e nele, o escolhido foi Roman, que explicou o ocorrido antes da partida para a reportagem da Bandeirantes, que ainda tinha em sua ficha o nome de Chagas como juiz. Aí já está o primeiro erro. Um juiz é escalado, reprovado, substituído e ninguém fica sabendo? Como assim? O próprio Roman disse que a substituição foi feita na quinta-feira. Como, então, ninguém divulgou? Pois bem, esse foi o primeiro fato estranho.

Mudo de canal e logo de cara vejo Arnaldo Cezar Coelho dizendo na Globo que Roman não apitava um jogo oficial havia seis meses, por ter sido reprovado no teste físico (duas vezes) da Federação Paranaense. SEIS MESES! O árbitro só conseguiu ser aprovado no último teste, realizado no início deste mês. Aí eu pergunto: como pode um juiz de futebol apitar um jogo da Série A, após ficar seis meses sem exercer a função? Por mais que ele tenha passado no teste, seis meses sem o contato com a profissão deixa qualquer um perdido. Não seria de se estranhar que ele passasse a acompanhar as jogadas de longe, inverter faltas e tudo o mais. Foi o que aconteceu.

Evandro Rogério até começou bem a partida, aplicando cartões, correndo, acompanhando os lances ‘em cima’. Mas começou a se perder na metade do primeiro tempo, logo após expulsar Rivaldo. Quero deixar claro que concordo plenamente com a expulsão do camisa 13. Realmente, as duas faltas que ele fez no jogo eram dignas de cartão amarelo. E dois cartões amarelos significam expulsão. A reclamação aqui é outra.

Pouco antes, Kleber havia levado um pontapé de um adversário, digno de cartão amarelo. O juiz aplicou? Não. Essa falta de critério acaba minando a paciência dos jogadores. Sucessivamente, o Avai parava as jogadas do Palmeiras com faltas. Mas os cartões quase não saiam. Foram apenas dois no primeiro tempo. O Palmeiras recebeu três, sendo os dois de Rivaldo e mais um de Kleber, por reclamação. Não sei ao certo, mas creio que o Palmeiras tenha feito apenas quatro faltas durante o jogo todo. E recebeu quatro cartões. Estranho né?

Além disso, acho que o juiz esqueceu que já tinha dado cartão para Rivaldo. Se ele lembrasse do fato, creio eu, teria segurado o segundo amarelo. Mas como ele já veio com o cartão na mão, ficaria feio olhar que o atleta já havia sido advertido e deixar passar. Contudo, ele fez isso depois, com um jogador do Avai.

Já com cartão amarelo, Pedro Ken fez uma falta em Gerley, semelhante àquelas que Rivaldo tinha feito. Mas não recebeu cartão, o que causou revolta de nossos jogadores, com razão. Por que utilizar um peso e duas medidas? Por que não utilizar o mesmo critério com ambas as equipes? Medo de estragar ainda mais o jogo? O fato é que, inteligentemente, Pedro Ken não voltou para a segunda etapa. Estaria marcado e na primeira falta seria expulso, com certeza. O Palmeiras saiu no prejuízo.

No segundo tempo, Gerley logo recebeu o vermelho. Bem aplicado, diga-se de passagem. Deu um carrinho criminoso. Pegar um jogo de suspesão, será barato. E o Palmeiras jogou boa parte do tempo com dois a menos, até que veio a 'compensação'. Rafael Coelho, que havia acabado de entrar, foi expulso, por dar um 'carrinho' em Kléber. O lance bobo, mais a encenação do Gladiador, mais a vontade do juiz querer corrigir seus erros, causaram a expulsão do avaiano. A falta que seria marcada era um toque de mão.

E ainda houve tempo para que Roman, mesmo possuindo spray, cartões e a autoridade máxima em campo, não conseguisse colocar a barreira do Avai na distância regulamentar em uma falta que poderia decretar, quem sabem, uma virada do Verdão.

Acreditem, isso tudo aconteceu em um jogo só e demonstra que a arbitragem no Brasil não é tratada a sério. Nada no futebol é, na verdade. Assim fica difícil.

O que acho – Ontem desperdiçamos mais uma chance de se aproximar do grupo que se classifica para a Libertadores, mas não por nossa culpa, e sim, por tudo o que foi relatado acima. Como eu disse, apesar de concordar com as expulsões do Palmeiras, não houve um critério claro na partida. No geral, o Palmeiras foi bem superior ao Avai, mesmo quando esteve com dois a menos. Foram nossas as melhores chances de gol, apesar de, novamente, apenas a bola parada levar algum tipo de perigo mais intenso e real. Defensivamente, alguns poucos vacilos, mas o time se portou exemplarmente, a exceção dos dois malucos. Fazer quatro faltas com dois jogadores a menos, é um feito e tanto. Só lamento pela forma como aconteceram alguns protestos das organizadas no fim do jogo. Depois de um resultado como esse, é burrice fazer protestos.

Destaque positivo – Chico foi o melhor em campo ontem. Além do gol, marcou muito bem e soube sair para o jogo. Tivesse ele se empolgado menos em um contra ataque em que tínhamos três contra um, poderíamos ter vencido. Mas isso não apagou sua grande atuação.

Destaques negativos – Rivaldo e Gerley. Precisa explicar por que?

Foto: Portal Terra

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