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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Análise do sofá - O que acontece, Palmeiras?

Há muito tempo não escrevia nesse espaço. Desde a primeira partida entre Palmeiras e Coruripe, válida pela Copa do Brasil, para ser mais exato. Ultimamente, além de ter tido menos tempo para pensar, analisar e escrever sobre o Verdão, não andava muito animado com essa enfadonha fase de classificação do Paulista e com as primeiras partidas da Copa do Brasil. Por isso, data de 15 de março minha última aparição por essas bandas.

E eram outros tempos, de time invicto, que mostrava um futebol convincente e que ainda tentava resolver a novela Wesley, com campanha pedindo dinheiro da torcida e tudo o mais. Tudo parecia calmo pelos mares alviverdes.

Quase um mês depois de meu último texto, muita coisa mudou. Wesley, enfim, foi contratado, fez sua estreia e já se machucou. Temos de esperar os resultados dos exames, porém, as notícias não são nada animadoras, com Felipão dizendo que o homem de R$ 21 milhões ficará pelo menos três meses fora; não estamos mais invictos. Aliás, perdemos três dos últimos sete jogos, dois de maneira vexatória; e o pior de tudo: aquele futebol convincente, consistente, sumiu como num passe de mágica.

Fica difícil tentar explicar o que tem acontecido com o time. Eu, pelo menos, não consigo achar explicações convincentes para essa queda de rendimento tão acentuada. Não é algo normal.

É verdade que, dos últimos sete jogos, vencemos quatro, mais do que a metade. Mas não podemos esquecer que duas delas foram contra Coruripe e Horizonte pela Copa do Brasil, times tecnicamente muito limitados onde a vitória era mais do que obrigação. E as outras duas, contra Ponte Preta, em casa, e Paulista, fora, foram na bacia das almas. Quanto as três derrotas, analiso-as abaixo.

A perda da invencibilidade aconteceu no clássico contra o Corinthians. Depois de um primeiro tempo muito bom, em que o Palmeiras saiu vencendo por 1x0, veio o apagão. Em seis minutos tomamos a virada, perdemos o jogo, a série invicta, o bom futebol, que parece ter ficado no vestiário do Pacaembu, e o rumo no campeonato. O time nunca mais foi o mesmo.

Veio a vitória contra o Paulista e em seguida, um novo revés para o Mirassol, em casa, numa partida em que o Palmeiras mostrou novamente dificuldades para criar contra um time que vinha fechado, pensando em contra atacar. Nada deu certo naquele sábado e a derrota acabou sendo justa.

Então, acontece nova vitória, agora contra o Horizonte, pela Copa do Brasil. E em seguida, o time perde para o Guarani, em Campinas. Não vi o primeiro tempo do jogo. Preferi assistir a MotoGP. Mas vi a segunda etapa. E não gostei nada. Um time apático, desorganizado e nervoso. Não era nem sombra da equipe que iniciou o campeonato e deu esperanças a torcida. No gol, Deola mostra insegurança e varia entre defesas difíceis e sustos incompreensíveis. A zaga não passa segurança; Cicinho virou piada na lateral direita e foi expulso de forma infantil. Ainda bem que não vi o Gerley no primeiro tempo. O meio campo não marca (só o Marcio Araujo corre) e tampouco cria. Do ataque nada podemos cobrar pois a bola não chega. E seguimos reféns da bola parada. Aí não dá.

Penso que, depois do apagão contra o Corinthians, o time abaixou a cabeça, perdeu a confiança. E isso é muito ruim e perigoso. Ruim, porque denota que nossos jogadores não têm personalidade suficiente para digerir um resultado adverso. Aconteceu o mesmo em 2011. E perigoso porque a fase final está chegando e, se continuarmos com essa postura, o risco de perdemos logo nas quartas, para um time pequeno, é grande. Seria mais um vexame. Isso se não encararmos um clássico contra o Santos logo de cara, o que pode acontecer após esses tropeços.

Ainda acho que há chances de título no Paulistão. A fase final é mata-mata, o que equilibra um pouco as coisas, especialmente em clássicos. Talvez, se chegarmos à final, voltemos a elevar o moral e o time passe a jogar melhor. Mas os jogadores têm de mudar o comportamento. Isso é fundamental.

Não falarei sobre jogadores e comissão técnica. Deixarei para outro post. Fiquem a vontade para comentar, concordar, discordar, enfim. O espaço é de vocês!

Foto: Portal Terra

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