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segunda-feira, 26 de março de 2012

O dia em que a violência venceu o futebol.


Caro torcedor palmeirense, infelizmente não utilizarei esse post para falar sobre o maior clássico da nossa cidade. O dia 25 de março de 2012 ficará marcado pelo sangue de dois torcedores palmeirenses que, covardemente, foram assassinados por bandidos presentes na torcida Gaviões da Fiel.

Não vou generalizar e afirmar que em Torcida Organizada só tem bandidos e Marginais. Isso não é verdade. Também não vou dizer que todo corintiano é bandido e assassino, porque também não é verdade. Mas não posso negar que até agora, a torcida que eles freqüentam e (talvez) são associados, não se pronunciou a respeito e muito menos identificou os criminosos.

A imprensa diz que a confusão foi marcada pela internet. Mas em entrevista concedida pelo policial que estava fazendo a escolta da torcida Mancha Alviverde, percebemos que tudo corria dentro de sua normalidade até a chegada de dos torcedores rivais, que saíram armados e atirando contra os palmeirenses. Se de fato foi uma briga combinada nas redes sociais, ninguém pode afirmar. Pelo menos até agora, ninguém tem provas disso, muito pelo contrário.

Não faço parte de nenhuma Torcida Organizada e também não freqüento nenhuma delas. Sei do espetáculo que elas fazem dentro do estádio e do que aprontam fora dele. Na verdade, disso todos nós sabemos. Mas também sabemos que existem pessoas que se associam à elas pela amizade, para ficar mais perto do clube que ama e por se sentir visível em uma sociedade tão preconceituosa. Sim, existem pessoas de bem em uma uniformizada.

O que aconteceu foi um ato covarde que custou a vida de dois palmeirenses. A polícia não sabe quem cometeu os crimes e tão pouco manteve alguém preso. A FPF, que se preocupa apenas com a sua reputação, também não quer saber quem matou os torcedores. Ela prefere apenas aparecer na mídia. Para isso, “baniu” Gaviões e Mancha dos estádios paulistas. Realmente, agora temos a certeza de que a violência acabou no futebol. (Não, não acabou!).

A violência está muito longe dos estádios. Está nas ruas, nas estações, nas estradas. O Ministério Público e a FPF fingem que estão tomando alguma providência, mas nós não fingimos que acreditamos. Sabemos que são coniventes com esses absurdos que rondam o esporte mais popular do país. E são mais coniventes ainda quando a organizada envolvida tem a cor preta e branca em seu uniforme.

Infelizmente, esses episódios são recorrentes em nosso país. Ontem foram dois palmeirenses, amanhã serão quantos? De quais torcidas? E os bandidos? Vão ficar soltos, rindo de toda essa situação? Parece que sim. Não só continuarão soltos, como matarão outros torcedores na primeira oportunidade que tiverem.

Aos veículos de imprensa que se aproveitam da situação para fazer sensacionalismo barato, deixo meu repúdio. Aos torcedores que pré julgam a situação e fazem afirmações importunas, apenas lamento. Não cabe a ninguém julgar uma situação quando duas vidas foram interrompidas por uma violência ignorante. Para as famílias, deixo meus sinceros sentimentos e que Deus lhes dê forças para superar essa dor.

Até quando vamos presenciar essa barbárie sem fundamento? Futebol é um esporte maravilhoso que nos proporciona diversas emoções. Futebol é rivalidade sim, mas com respeito ao próximo. Nada justifica uma morte, um tiro, uma paulada na cabeça. E ainda estamos esperando uma punição severa para os assassinos. CADEIA NELES!!

PAZ NO FUTEBOL!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Análise da Arquibancada: Invictos e classificados!

O treino de luxo da última quarta-feira contra o Coruripe não foi tão fácil e nem com uma goleada astronômica, mas serviu para mostrar algumas carências que existem no nosso time e também para provar que o nosso time está cada vez mais forte.

O palmeirense que está lendo esse texto deve estar se perguntando: “como um jogo contra uma equipe fraca, pode servir de parâmetro para avaliação do nosso time?”- Muito simples. Jogamos mal, erramos muitos passes, sofremos com a falta de um meia no primeiro tempo e, mesmo assim, conseguimos uma vitória por 3x0. Em outras épocas, essa partida seria um “Deus nos acuda”.

Assunção foi decisivo novamente. O critiquei de forma um tanto quanto exagerada no início da temporada, mas ele vem mostrando que pode ser importante também na armação de jogadas. Barcos, o nosso El Pirata, jogou bem e marcou gol como sempre. Como é bom ter um atacante que sabe fazer seus gols com tranquilidade, né? Acreditem, ele já tem mais gols que certos timecos por aí. Se continuar assim, será o novo ídolo da nação Alviverde. Se é que já não é!

Os destaques negativos ficaram por conta de Patrik, que não existiu em campo, e Ricardo Bueno. Na boa, entregar a camisa 9 para esse cidadão é uma blasfêmia. Além de perder inúmeros gols, erra passes bizarros e não tem noção do seu posicionamento em campo. Lamentável um time tão bom, ter um cara desses no elenco. Quando termina o contrato dele mesmo?

Nossas atenções agora estão voltadas para o nosso maior freguês. Isso mesmo, aquele timinho que não tem história, Libertadores e jura que vai ter um estádio (Esmolão). Se vamos vencer a partida, eu não sei. Se vamos jogar bem, eu também não sei. Se o Felipão irá montar o time ofensivamente ou defensivamente, eu também não sei. Só sei que independentemente de quem apitar, irá nos prejudicar. Portanto, vamos ficar atentos e pressionar a FPF, CBF, Comissão de Arbitragem e quem mais for necessário. Aqui não, Malandrão!!

Confio em mais uma vitória e em mais dois gols do Barcos. Que o nosso desejo se realize e que na segunda-feira possamos gritar para todo mundo "SOU LÍDER, SOU INVICTO, SOU PALMEIRAS!!".

Foto: Lancenet!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Analise do sofá - Teremos jogo de volta

Não me estenderei muito neste post sobre a vitória de ontem do Palmeiras por 1x0 frente ao Coruripe. Não há muito o que falar, não há muito o que analisar. O jogo de ontem, contra o time alagoano, mais pareceu uma partida treino do que qualquer outra coisa. A equipe não fez lá um grande esforço durante os 90 minutos. 

Com dois minutos de peleja, Barcos marcou o primeiro (e único) gol da noite, abrindo espaço para aquilo que parecia ser uma goleada. Mas parou por ai. O Verdão sequer colocou o pé no acelerador para ampliar o marcador e evitar o jogo de volta. Praticamente o mesmo time que havia goleado o Botafogo-SP por 6x2 no fim de semana. 

Por isso volto a dizer: não dá para usar como parâmetro a primeira fase do Paulistão e muito menos a da Copa do Brasil para saber se o time está bem ou não. Não são torneios onde a regularidade impera, especialmente na Copa do Brasil.

Quanto a ter ou não o jogo de volta, particularmente achava melhor evitá-lo. Mas também não é nenhum fim do mundo receber o Coruripe em Jundiaí. O Palmeiras irá passar de fase, possivelmente com uma goleada aqui. Só acho ruim pelo aspecto físico do time. A partida será na quinta e no domingo tem clássico contra o Corinthians.

Sábado temos a Ponte Preta em casa. Um jogo com grau de dificuldade um pouco maior. Bom para acertar mais alguns detalhes antes do clássico..

Foto: Portal Terra

segunda-feira, 12 de março de 2012

Análise da Arquibancada: 1 é pouco, 2 é bom...6 é Verdão!

Uma vitória pra lá de espetacular. O Palmeiras atropelou o Botafogo-SP como se estivesse jogando uma “pelada” de casados x solteiros. É bem verdade que o adversário é bem inferior ao nosso time, mas a maior goleada do campeonato, até então, não veio a toa e muito menos por acidente.

Felipão montou o time com seu tradicional esquema com três volantes. Confesso que não sou muito fã desse estilo de jogo, mas nos últimos jogos deu certo e deixou o Palmeiras mais ofensivo. Devemos considerar que a volta do Mago e com Maikon Leite e El Pirata jogando o fino da bola, a qualidade técnica aparece naturalmente.

Valdívia (embora o juiz tenha assinalado gol contra), maikon Leite, Barcos (2 vezes), Ricardo Bueno e Juninho foram os responsáveis pelo massacre Alviverde em Ribeirão Preto. A equipe mostrou entrosamento, tocou bem a bola e em nenhum momento jogou defensivamente para segurar o resultado. Fazia tempo que não víamos nossos jogadores tão unidos ecom tanta vontade de vencer. Como disse o Marcos Assunção, essa é a “Família Palmeiras”.

Felipão foi perfeito. Até na substituição mais contestada (a entrada de Ricardo Bueno) foi bem. Esse é o técnico que todos nós conhecemos e admiramos. Só não pode ser muito teimoso, né Bigode? Podemos sim jogar com dois meias de qualidade e ainda sim golear uma partida. Basta não ter medo e saber explorar as limitações do adversário.

O dia 11 de março foi aquele em que tudo deu certo para o Palmeiras. Mesmo com a arbitragem não assinalando um pênalti claro em cima do João Vítor. A torcida vê que o time está forte e certamente com fome de títulos. Podemos ter esperanças, já que a tempestade que rondava o Palestra Itália foi embora para bem longe. Que nunca mais volte e, se voltar, que seja só uma chuvinha de verão.

Se a goleada não serviu para muita coisa no campeonato, pois já estamos classificados para a próxima fase, serviu para dar moral aos jogadores e para a torcida ostentar ainda mais sua paixão pelo clube. O adversário realmente não serve de parâmetro, mas não estamos invictos por acaso. O patinho feio da capital começa a ser temido pelos adversários e até mesmo pela imprensa. E quando isso acontece, nada nem ninguém nos impede de conseguir o que tanto queremos: os títulos!

Forza Palestra!!

Fotos: Lancenet!

Análise do sofá - Goleada cumprindo tabela

Barcos tem sido fundamental e já fez sete gols em oito jogos com a camisa do Palmeiras
Fazia tempo que não via uma goleada como essas. Ontem o Verdão mandou 6x2 no Botafogo de Ribeirão Preto e voltou ao segundo lugar do Paulistão, a apenas um ponto atrás do Corinthians. Resultado elástico, bacana para a torcida e para os jogadores, mas que já não significa muita coisa.

É claro que é legal para todos ver um jogo como esse, afinal, não são em todas as partidas que vemos atuações desse porte. Mas já não me animam mais esses jogos da fase de classificação do Paulista, pelo simples fato de que o nível de nossos adversários não é lá grande coisa. O Botafogo, hoje na zona de rebaixamento, não é um grande parâmetro para se analisar o que o Palmeiras pode fazer nesse campeonato e no restante da temporada.

O Verdão não precisou se esforçar muito para vencer o jogo. Ainda no primeiro tempo, com 2x0, gols de Valdivia e Maikon Leite, já havia resolvido a parada. Fez ainda o terceiro, no começo do segundo tempo e relaxou de vez. Teve um homem a mais durante boa parte do segundo período, tomou um gol, fez outro, levou mais um e fechou com mais dois. Não houve dificuldade, não houve resistência por parte do time de Ribeirão Preto.

À parte o resultado elástico, o Palmeiras parece ter mais confiança a cada jogo que passa e já tem um padrão definido. Meio caminho andado para o restante do ano. É para isso que o Paulistão, nessa extensa fase de classificação, serve: permitir ao time que ganhe padrão. O que gostei de ver foi que o time não tirou tanto o pé, como fez em outras oportunidades.

E o que fazer agora, nesses jogos restantes e que deverão ser bem chatos? Bem, está mais do que claro que já temos garantida nossa vaga na próxima fase. Pouco importa a posição. O importante é estar lá, entre os oito, quando o Paulista realmente irá começar. Então, daqui pra frente, seria bom se Felipão iniciasse algumas experiências e desse chances a outros jogadores.

Ontem, Ricardo Bueno entrou e marcou um gol. Pode ganhar mais confiança a partir disso. Outros jogadores poderiam seguir o mesmo caminho, para se tornarem peças uteis ao elenco daqui pra frente. O bigode poderia também testar Valdivia e Daniel Carvalho juntos, na armação, com Maikon Leite e Barcos no ataque, para vermos como eles reagirão em caso de necessidade. É hora de aproveitar que existem times fracos no caminho para realizar esses testes, deixando assim a equipe mais versátil e menos previsível  pragmática. Podemos ganhar opções boas sem ter de contratar muito.

Nessa fase de classificação teremos apenas mais um jogo que vale a pena ver, que é o clássico contra o Corinthians. Nele, poderemos ter uma noção de como anda a evolução do Verdão. Esse sim será um jogo que valerá de alguma coisa. Os outros jogos servirão para cumprir tabela, apenas...

Foto: Portal Terra

segunda-feira, 5 de março de 2012

Analise do sofá - Faltou pontaria

Recuperado, Valdívia voltou ao time ontem e também perdeu uma boa oportunidade de gol
Sol, calor, Pacaembu cheio e um jogo, teoricamente, fácil. Essa era a combinação que o torcedor do Palmeiras esperava encontrar ontem contra o São Caetano. E eu me incluo nessa. Chamei meu irmão, saímos de casa sem almoçar e fomos ver, pela primeira vez nesse ano, o Verdão jogar. A expectativa era boa, era de vitória. Porém, o que encontramos por lá foram apenas o sol, o calor e o Pacaembu cheio. O jogo não foi fácil. E o Palmeiras não saiu de um empate sem gols com o time do ABC.

A partida de ontem não foi a pior atuação do Palmeiras nesse ano. Ainda acho que o jogo contra o Oeste, que também terminou empatado, foi o que jogamos pior. Contra o São Caetano, o time criou algumas boas chances de marcar. Contudo, a pontaria de nossos atacantes não estava afiada. Contei, pelo menos, sete boas oportunidades desperdiçadas que poderiam ter dado outros números à partida.

A equipe seguiu atuando com três volantes e teve apenas uma novidade entre os titulares: Mauricio Ramos substituiu Leandro Amaro, suspenso. Vejo alguns torcedores reclamando do esquema tático, entretanto, continuo achando que esta é a melhor forma de iniciamos os jogos, pelo menos por enquanto. Foi com esse esquema que jogamos melhor e vencemos o Santos, que jogamos melhor e empatamos com o São Paulo e que jogamos muito melhor e vencemos bem o Linense. Pode parecer que essa estratégia seja excessivamente defensiva e tal, mas é necessária nesse momento. Sempre é bom lembrar que nossos laterais não são exímios marcadores e ter a cobertura dos volantes é fundamental para que nem tudo estoure na defesa. Sem contar que eles também sabem apoiar o ataque, dando até um volume de jogo maior. 

Além disso, jogando com três volantes, um meia e dois atacantes, sempre teremos a opção de colocar durante o jogo ou Valdívia ou Daniel Carvalho, o que é uma boa alternativa. Ontem, foi o chileno que começou no banco e entrou no intervalo. Porém, acho que Felipão cometeu um equivoco, pois tirou exatamente Daniel para a entrada do 'Mago'. Ao trocar uma peça por outra, ele não conseguiu mudar o panorama do jogo. O ideal, talvez tivesse sido tirar um dos volantes para colocar Valdívia e Daniel juntos para abastecerem o ataque. Não sabemos também se o camisa 83 pediu pra sair ou algo do tipo. Mas acho que, devido às circunstâncias, até para um teste mesmo, os dois deveriam jogar alguns minutos juntos.

Felipão ainda fez mais duas mudanças. Tirou João Vitor e Barcos (o jogador mais perigoso do time) e colocou Patrik e Ricardo Bueno. Outro erro, na minha opinião, mas que não credito 100% a ele. Por ver em ambos duas figuras nulas em campo, volto a bater na tecla de que precisamos de um elenco mais qualificado. Acredito que dê desespero no bigodudo ver que ele tem como opções de banco tais jogadores. É realmente medonho e algo tem de ser feito a respeito disso.

Há também o mérito do São Caetano em se defender muito bem. Como outros times pequenos, eles encaram esses jogos pensando em não perder, tentando explorar contra ataques. E levaram perigo em alguns. Um no primeiro tempo resultou em uma bola na trave. E um no segundo exigiu que Deola fizesse duas belas defesas.

O Palmeiras não fez um jogo ruim ontem. Apenas não soube concluir as chances que criou em gols. Talvez, uma vitória deixasse o torcedor menos descontente e acabasse dirimindo os erros, tanto da equipe quanto do técnico. O Verdão segue fazendo um bom campeonato e vai ganhando padrão de jogo. Não é um mau resultado, uma má jornada, que vai apagar tudo o que foi feito até agora. O que está faltando é encontrar outras formas de jogar, fazer algumas experiências para que o time não fique pragmático, para que tenha opções durante uma partida de mudá-la. Estamos no bolo e podemos sim, encarar nossos rivais de igual pra igual.

Foto: Portal Terra

sexta-feira, 2 de março de 2012

Marcio Araujo: regularidade e discrição a serviço do Verdão

Marcio Araujo tem sido o jogador que mais atua com a camisa do Palmeiras
Dizem por aí que um grande time não pode ser formado com 11 craques. Sempre é preciso ter dois ou três jogadores 'operários', 'carregadores de piano', que se doem para o time, fazendo aquelas funções que geralmente os craques não conseguem ou não se aplicam para realizar. E é nesse rol de jogadores que se encaixa Marcio Araujo, hoje um dos principais jogadores do Verdão, na minha opinião.

Tímido e discreto, dentro e fora de campo, muitas vezes os torcedores sequer notam sua presença em campo. No entanto, ele é fundamental no atual esquema palmeirense. Araujo chegou ao Palmeiras no início de 2010, vindo do Atlético MG para formar dupla de volantes com Pierre. A principio, ele atuaria como segundo volante, tendo liberdade de sair para o jogo. Contudo, aos poucos ele foi adaptado na posição de primeiro volante, sua atual posição hoje, uma vez que Pierre sofria com contusões. Não saiu mais do time.

Uma característica que impressiona bastante em nosso camisa 8 é sua regularidade. Em pouco mais de dois anos vestindo nosso manto, Marcio Araujo já tem 138 jogos e é o atleta que mais atuou pelo time nas últimas duas temporadas, tendo jogado, em ambas, mais de 60 partidas. E em 2012 não tem sido diferente: Araujo atuou em todas as partidas do Verdão no ano.

E além da regularidade, sua lealdade para com seus adversários é destacável. Como homem que tem de destruir as jogadas dos rivais, imagina-se que ele deva ser punido com cartões com frequência. Porém, esse não é o caso. Nesse período jogando pelo Palmeiras, Marcio tomou apenas 15 cartões amarelos, o que dá uma média de 1 cartão a cada 9 jogos. Impressionante em se tratando de um jogador que tem a função primordial de marcar. E há um adendo ainda: ele nunca foi expulso em sua carreira! Um exemplo a ser seguido.

Também admiro o desprendimento com que ele joga. Marcio Araujo corre o campo todo, tendo de cobrir alguns espaços deixados, seja pelos laterais quando atacam, ou por Marcos Assunção, já não é um garoto e não pode ficar correndo os 90 minutos atrás dos adversários. Faz, digamos assim, o trabalho sujo, executando um papel importantíssimo para que nem tudo estoure no sistema defensivo. 

Sua tranquilidade e frieza também chamam a atenção (e assustam em certos momentos), na hora de sair do campo defensivo para o ofensivo. Dotado de uma capacidade física invejável, não são raras as vezes em que ele sai com a bola dominada, costurando a zaga adversária e tentando o passe para um atacante. É um jogador versátil, moderno e aplicado, de grande valia para o elenco alviverde.

Acredito que Marcio Araujo seja um dos pilares do time atual, por conta dessa constância, sempre atuando de forma regular e ajudando o time. Ele realiza bem as funções que lhe são designadas, sem precisar dos holofotes, sem precisar aparecer. E não o vemos dar aquele famoso 'migué', peculiar em muitos jogadores. Seu fisio privilegiado também contribui para que ele não se lesione. Por isso tem alcançado tais números.

Recentemente, li no Lance! uma rápida entrevista com ele (que pode ser conferida clicando aqui) que pode explicar um pouco disso tudo que foi dito acima e que mostra a humildade do jogador, coisa rara em tempos atuais. Vale a pena ler e ver porque o futebol precisa desses 'carregadores de piano'.

Foto: Band

quinta-feira, 1 de março de 2012

Análise da Arquibancada: Quem tem Barcos, tem golaço!


Um time bem entrosado, com laterais ofensivos, meio campo criativo e um atacante matador capaz de fazer gols bonitos. Esse é o Palmeiras versão 2012. A vitória tranquila diante do Linense comprovou que não dependemos apenas de Marcos Assunção e sua bola parada. Temos outras qualidades e, finalmente, um atacante de qualidade.

O golaço de Barcos foi o mais bonito do ano. Se alguém tinha alguma dúvida que o “El Pirata” tinha alguma qualidade técnica, não tem mais. O gringo além de ter presença de área, é habilidoso e finaliza com tranquilidade. Já caiu nas graças da torcida e tem tudo para ser um grande ídolo do Palmeiras.

Daniel Carvalho também anda jogando muito. Além de ser eficiente na criação, anda fazendo os seus golzinhos e provando que pode ser aquele mesmo jogador que arrebentou em alguns anos atrás. Conforme vai perdendo peso, vai ganhando confiança e velocidade. Já imaginaram se o Felipão colocar ele e o Valdívia de titulares? Acho difícil, mas não custa sonhar.
Que surpreendeu positivamente foi João Vítor. Confesso que critiquei muito o jogador e também o nosso treinador por insistir com três volantes. Mas tenho que admitir que o ragazzo jogou bem e nosso esquema, apesar de muitos marcadores, foi ofensivo. Demos uma bobeada no final da partida, mas nada caótico. Tivemos a partida sob controle durante os 90 minutos.

Estou muito confiante nos títulos e vitórias espetaculares nesse ano. Não só pelo Barcos ou por qualquer outro jogador, e sim pelo espírito vencedor que os jogadores incorporaram. Parece que os tempos sombrios foram embora e a harmonia voltou a ser a melhor amiga do Palestra. Que nossos diretores permitam que ela fique por um bom tempo.

Não importa o placar e a colocação no campeonato. Nesse momento, o que importa é que o time está ganhando corpo, está criando uma identidade e Felipão parece que conseguiu unir os jogadores. Se teremos uma “família Scolari” eu não sei, mas que ele sabe fazer isso com maestria, não tenho dúvidas.


Os holofotes estão em Hernán Barcos. O golaço que ele fez “bombou” nas redes sociais e no YouTube. O Brasil inteiro já conhece e teme o novo atacante palmeirense. A promessa de 27 gols na temporada deve ser facilmente cumprida. Não estamos mais órfãos, não precisamos mais de promessas. Já temos uma realidade. Quem tem Barcos em seu time, não tem gol...tem GOLAÇO!!

Fotos: Lancenet!

Analise do sofá - Bastaram 45 minutos

Série invicta do Palmeiras já soma 17 partidas, contando com jogos do ano passado
Não houve acréscimo do juiz na primeira etapa de Linense e Palmeiras. Não foi necessário. Em apenas 45 minutos a peleja já estava mais do que resolvida em nosso favor com um 3x0 indiscutível no placar. Sem sofrimento, sem penúria e jogando um bom futebol. O Palmeiras segue evoluindo.

Em que se pese a fragilidade do time do Linense, que até faz uma boa campanha nesse Paulistão, o Verdão apresentou um grande futebol na etapa inicial da partida de ontem. Sem Marcos Assunção, suspenso, Felipão optou por manter o esquema com três volantes, colocando Chico no time. Com isso, o meio campo fica mais protegido, liberando os laterais para atacarem mais e livrando um pouco da responsabilidade do pessoal da frente em voltar para ajudar na marcação. Sem contar que os próprios volantes podem contribuir na parte ofensiva. Deu certo.

Diferente do que muita gente dizia, não fomos reféns da bola parada e tampouco precisamos de Assunção para isso, apesar do primeiro gol, dado à Maikon Leite, ter surgido de uma falta. O camisa 7 cobrou, a bola raspou no zagueiro adversário e entrou. Com 1x0 para o Palmeiras, o Linense se viu na obrigação de sair para o jogo, até levando certo perigo. Contudo, acabaram deixando espaços para contra ataques. Acabaram deixando espaço para Hernan Barcos. E isso foi mortal.

Barcos é um centro avante alto, meio que desengonçado e até parece ser lento. Mas isso é para enganar os rivais. "El Pirata" pegou a bola no meio, carregou, aplicou um drible da vaca no zagueiro e por cobertura mandou pro fundo da rede. GOLAÇO. GOLAÇO de um atacante que, a cada dia que passa, mostra ter mais recursos. Gol de craque.

O gol de Barcos foi tão espetacular que fez até meu pai, uma pessoa tranquila, serena, e que assistia a partida no conforto de sua cama, ir até meu quarto correndo perguntar o que eu tinha achado da pintura. 'Barcos de Lara' ganha cada dia mais fãs palestrinos. É o atacante que não tínhamos desde Alex Mineiro, no título do Paulista de 2008.

E ainda sobrou tempo para que, no lance seguinte, Juninho colocasse a bola com precisão na cabeça de Daniel Carvalho, para esse guardar a bola nas redes adversárias. Terceiro gol do nosso 'Gordinho' no torneio, segundo em dois jogos. Jogo resolvido, caixão fechado. Mas ainda restavam 45 minutos. E o Palmeiras empurrou com a barriga, ou melhor, 'administrou'.

O time recuou e passou a ceder à pressão do time do interior. O que acho que não pode acontecer. Tudo bem que o time tinha 3x0 no placar e que não precisava se desgastar. Mas se a oportunidade de fazer mais gols existe, acho que ela tem de ser aproveitada. Tivesse o Verdão forçado um pouco na segunda etapa, poderia ter voltado de Lins com uma goleada de 4 ou 5x0. No entanto, essa postura resultou em um gol dos adversários e um placar final de 3x1.

Como disse, o time evolui. O mais importante no momento é apresentar consistência e aos poucos a equipe vai afinando, vai demonstrando uma maior sintonia. Já são 17 jogos de invencibilidade, contando com partidas do ano passado, o que prova nosso bom momento. O que falta ainda são peças de reposição para compor o banco e entrarem no decorrer de um jogo sem deixar a peteca cair.

Para o próximo jogo, contra o São Caetano, não teremos Leandro Amaro e Artur, suspensos. Em compensação, Assunção estará a disposição e Valdivia muito provavelmente. Que sigamos nessa boa fase.

Foto: Portal Terra